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Ancelotti completa seis meses na Seleção mais adaptado e reforça aposta em solidez defensiva para o Mundial

Carlo Ancelotti já fala português com menos esforço e, aos poucos, vai se sentindo em casa na Seleção Brasileira. Prestes a completar seis meses no comando marca que será atingida no próximo dia 26 o técnico italiano demonstra maior familiaridade com o ambiente, com os jogadores e com o modelo de trabalho próprio de uma equipe nacional. E é convicto: para chegar forte à Copa do Mundo de 2026, o Brasil precisa ser sólido defensivamente.

Essa convicção explica a principal mudança para o amistoso deste sábado, contra Senegal, no Emirates Stadium, em Londres: Éder Militão será o lateral-direito, reforçando a linha defensiva após a virada sofrida diante do Japão na última Data Fifa. A derrota por 3 a 1 em 45 minutos acendeu o alerta e levou Ancelotti a revisitar o que ele considera lições históricas da Seleção.

“Lembro de 94, um time muito fechado atrás, com dois volantes e individualidades que decidiam lá na frente. Uma defesa sólida ajuda os jogadores de qualidade a fazer a diferença”, resumiu o treinador na coletiva desta sexta-feira.

Rotina de Seleção e adaptação ao novo estilo de trabalho

Ancelotti também admitiu que, no início, estranhou o ritmo diferente em relação aos clubes. A rotina de treinos diários deu lugar a longos períodos de observação, análises e viagens entre o Canadá — onde vive — e o Rio de Janeiro. Mas agora, segundo ele, o encaixe é total.

“Quando cheguei, tive dúvida. Não estou acostumado a trabalhar de vez em quando. Mas é uma boa experiência: ambiente muito bom, recepção fantástica. Trabalhamos com grande motivação e confiança”, afirmou.

Neste sábado, Ancelotti comandará o Brasil pela sétima vez. O rival, porém, traz um detalhe incômodo: Senegal é uma das duas seleções que o Brasil enfrentou e nunca venceu na história a outra é a Noruega. O retrospecto tem um empate em 2019 e uma derrota em 2023.

Na coletiva, o técnico explicou por que Militão foi escolhido para atuar na lateral:

“Ele tem um perfil diferente dos outros laterais. É uma opção que podemos ter na Copa do Mundo, para dar mais solidez ao time.”

A dupla de volantes também foi exaltada, especialmente Casemiro e Bruno Guimarães. Ancelotti disse confiar totalmente nos dois e destacou a presença de Fabinho nesta convocação para ampliar as alternativas da posição.

Sobre o planejamento, o treinador reforçou que o foco total está em Senegal. O jogo contra a Tunísia, terça-feira, na França, será decidido após a avaliação da primeira partida.

Vinícius Júnior, Rodrygo e ambiente interno

O italiano também falou sobre o entrosamento de Vini Jr e Rodrygo — algo natural para ele, já que treinou ambos no Real Madrid — e elogiou o ambiente interno da Seleção:

“Estou encantado com os jogadores. Há um ambiente muito limpo, uma relação muito boa entre todos.”

Ancelotti revelou ainda conversas individuais com os atletas, incluindo Vinícius, e disse que sempre procura entender como cada jogador se sente taticamente: “Nunca vou colocar um jogador onde eu quero, mas onde ele se sinta confortável”.

A seis meses da Copa, Ancelotti mantém a lista final praticamente desenhada, mas admite dúvidas naturais decorrentes de lesões e oscilações. E reforça um ponto: os erros cometidos agora são fundamentais para que não se repitam no torneio.

Sobre as seleções africanas — e Senegal em particular — o técnico destacou a necessidade de ter contato constante com estilos de jogo diferentes, lembrando o impacto de Marrocos no último Mundial.

O Brasil enfrenta Senegal neste sábado, às 13h (de Brasília), no Emirates Stadium. Todos os ingressos foram vendidos.

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