Brasil amarga pior campanha da história em Mundiais de vôlei masculino
A seleção brasileira masculina de vôlei viveu um capítulo amargo no Campeonato Mundial de 2025. O time terminou na 17ª colocação, pior resultado de sua história no torneio, e ficou fora do pódio pela primeira vez desde 1998. A eliminação precoce foi consequência de um conjunto de falhas técnicas e estratégicas, aliado a fatores de acaso que custaram caro.
O roteiro da queda teve pontos decisivos: a derrota apática para a Sérvia por 3 a 0, quando bastava vencer um set para garantir a classificação, a opção da comissão técnica por deixar titulares da Liga das Nações no banco e a falta de consistência na montagem da equipe. Além disso, a combinação improvável de resultados no grupo acabou empurrando o Brasil para fora da competição. A China, que poderia ter ajudado, chegou a ter um set point contra a República Tcheca, mas não converteu.
A eliminação foi ainda mais dolorida porque dois dias antes a seleção havia apresentado sua melhor atuação do ano, superando os tchecos por 3 a 0 com autoridade. A oscilação escancarou os problemas de concentração e mentalidade do grupo. Fora de quadra, a dor também marcou a campanha: Bernardinho perdeu a mãe horas antes do duelo contra a Sérvia e, mesmo emocionado, comandou o time em um dos momentos mais difíceis de sua carreira.
Apesar do fiasco no Mundial, a temporada não foi de todo ruim. O Brasil conquistou o bronze na Liga das Nações, mostrando competitividade em um torneio longo e desgastante, mesmo com um elenco renovado após as despedidas de nomes históricos como Lucão, Bruninho, Leal e Wallace. A campanha reforça a noção de que a seleção hoje ocupa a “segunda prateleira” do vôlei mundial: capaz de brigar por medalhas, mas distante da supremacia que marcou o início do século.
O Mundial de 2025 também foi cheio de zebras. Além do Brasil, a França, atual bicampeã olímpica, caiu ainda na primeira fase. A Itália, campeã mundial em 2022, sofreu derrotas inesperadas e quase foi eliminada. Japão e Alemanha, que vinham em ascensão, também ficaram pelo caminho.
Agora, sem Mundial em 2026, o foco brasileiro será a Liga das Nações para preparar o grupo visando 2027, ano de Pré-Olímpico e do próximo Campeonato Mundial. O recado está dado: o Brasil já não reina absoluto, mas ainda tem força para incomodar e buscar espaço no pódio se encontrar consistência.
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