Brasil se classifica para a Copa de 2026, mas encerra Eliminatórias com pior campanha da história
O Brasil alcançou o objetivo principal de se classificar para a Copa do Mundo de 2026, mas a forma como isso aconteceu deixou um alerta aceso. A Seleção encerrou as Eliminatórias Sul-Americanas com a pior campanha da sua história no formato atual de pontos corridos.
A derrota por 1 a 0 para a Bolívia, nesta terça-feira, em El Alto, foi simbólica de um ciclo marcado por instabilidade, trocas de comando e resultados decepcionantes. Com o revés, o Brasil terminou em 5º lugar, somando apenas 28 pontos e um aproveitamento de 51%. É a primeira vez desde 1996, quando esse formato foi implementado, que o país não alcança ao menos 30 pontos.
Apesar disso, a Seleção não corre risco de ficar de fora do Mundial. A nova regra garante vaga direta às seis melhores seleções da América do Sul, e o Brasil, mesmo em queda de rendimento, assegurou sua presença. Além disso, por ocupar posição entre os nove primeiros no ranking da Fifa, a equipe ainda será cabeça de chave no sorteio da fase de grupos.
O desempenho, porém, ficou longe das expectativas. O time passou por três treinadores ao longo da campanha — Fernando Diniz, Dorival Júnior e Carlo Ancelotti —, o que evidenciou um período de transição turbulento. Nesse caminho, vieram marcas históricas, mas negativas: a primeira derrota como mandante nas Eliminatórias e a goleada sofrida diante da Argentina por 4 a 1, em março, a maior já registrada contra o maior rival nesse torneio.
A comparação com campanhas anteriores mostra o tamanho da queda. Nas Eliminatórias para 2006 e 2010, o Brasil somou 34 pontos e terminou na liderança. Para 2018, foram 41 pontos com apenas uma derrota. Já no último ciclo, em 2022, a Seleção bateu recorde: 45 pontos conquistados e invencibilidade mantida, com 88% de aproveitamento. O contraste com os 28 pontos atuais é evidente.
Historicamente, até mesmo em fases de instabilidade, o Brasil se mostrou capaz de se reinventar. Antes da Copa de 2002, por exemplo, a Seleção também sofreu para garantir a classificação, somando apenas 30 pontos. Mas, no Mundial, embalou e conquistou o pentacampeonato. Esse paralelo alimenta a esperança de que a história possa se repetir.
Agora, Carlo Ancelotti terá pela frente a missão de transformar fragilidade em força, ajustando a equipe para chegar competitiva aos Estados Unidos, México e Canadá, sedes da próxima Copa. O desafio é grande, mas a Seleção ainda carrega o peso da camisa mais vitoriosa do futebol mundial — e com ele, a responsabilidade de se reinventar para voltar ao protagonismo.
Publicar comentário