Brasileirão 2026 deve ter recorde histórico de jogos em gramados sintéticos
Com mais clubes adotando grama artificial, número pode chegar a 114 partidas quase um terço do campeonato
O Campeonato Brasileiro de 2026 caminha para registrar a maior quantidade de jogos em gramado sintético da história da Série A. O acesso de Athletico e Chapecoense confirmou quatro clubes que atuam em estádios com piso artificial, juntando-se a Palmeiras e Botafogo. E esse número pode ser ainda maior.
Atualmente, Atlético-MG e Vasco lutam contra o rebaixamento, mas têm poucas chances de queda. Se ambos permanecerem na elite e o clube carioca mandar seus jogos no Nilton Santos durante as reformas de São Januário, a próxima edição do Brasileirão pode chegar a 114 jogos em gramado sintético, o equivalente a 30% de toda a competição.
No cenário mais provável para 2026 com Galo e Vasco permanecendo na Série A e o time cruz-maltino atuando integralmente no Nilton Santoso Brasileirão alcançaria o recorde de 114 partidas em piso artificial.
Em uma possibilidade mais moderada, caso o Vasco jogue apenas dez vezes no Nilton Santos, o total ainda seria alto: 105 jogos, representando 27,6% da temporada. Mudanças de mando ao longo do campeonato podem alterar os números, mas com pouca variação.
A tendência de crescimento já aparece nas últimas temporadas. Entre 2023 e 2025, a média anual de jogos em sintético ficou acima de 50, indicando um movimento contínuo de adesão ao piso artificial:
Uso do sintético nos últimos anos:
- 2023: 54 jogos
- 2024: 52 jogos
- 2025: 55 jogos*
*se não houver mudanças na tabela
Com a expansão, 2026 deve dobrar o volume registrado três anos antes.
O Athletico foi pioneiro no Brasil, inaugurando o sintético da Arena da Baixada em 2016, abrindo caminho para outros clubes. Quatro anos depois, o Palmeiras adotou o piso no Allianz Parque, impulsionado pela parceria comercial com a WTorre.
A partir de 2025, o clube também passou a utilizar a Arena Barueri que recebeu grama artificial após concessão de 35 anos vencida por uma empresa da presidente do Palmeiras, Leila Pereira.
O Botafogo seguiu o mesmo caminho em 2023, buscando viabilizar o uso do estádio para jogos e grandes eventos sem comprometer a qualidade do campo.
Já o Atlético-MG adotou o sintético em 2025 após enfrentar problemas de conservação em seu gramado natural, e inaugurou a nova superfície em jogo contra o Fluminense.
A Chapecoense, por sua vez, teve o piso implantado pela Prefeitura de Chapecó após dificuldades de drenagem em um dos setores da Arena Condá, estreando o sintético em partida da Série B contra o Coritiba, em abril de 2025.
O avanço dos gramados artificiais reacendeu discussões entre atletas e clubes. No início do ano, grandes nomes do futebol brasileiro — como Neymar, Thiago Silva, Lucas, Philippe Coutinho, Alan Patrick e Gabigol — se uniram em um movimento pedindo o fim do sintético, alegando riscos à saúde e maior desgaste físico.
O Flamengo também posicionou-se contra, afirmando que a diferença de custos de manutenção entre pisos naturais e artificiais gera desequilíbrios competitivos e financeiros.
Em contrapartida, os clubes que utilizam o sintético rejeitam a crítica. O Palmeiras reforçou que “não há comprovação científica de aumento no risco de lesões” e que o tema exige análise técnica, não apenas percepções subjetivas.
Com mais clubes aderindo ao piso artificial, jogadores podem disputar até 63,1% dos jogos da temporada nesse tipo de campo 19 como mandante e outras cinco partidas como visitante.
Com a perspectiva de mais de 100 partidas disputadas em gramados artificiais, o Brasileirão 2026 promete intensificar um dos debates mais polêmicos do futebol brasileiro. A expansão do sintético deve continuar, mas a discussão sobre seus efeitos no jogo, na saúde dos atletas e na justiça competitiva promete ganhar ainda mais força.
Será que o piso artificial veio para ficar, ou estamos prestes a ver uma revolução no gramado brasileiro?



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