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Cruzeiro de aluguel: os bastidores da aposta que afundou no Mundial de 1997

Time mineiro representou o Brasil na Copa Intercontinental com jogadores emprestados e viveu um dos episódios mais controversos de sua história.

Em 1997, o Cruzeiro teve a missão — e o desafio — de representar o Brasil no Mundial Interclubes, a tradicional Copa Intercontinental. Mas, ao contrário do que muitos imaginam ao lembrar daquele confronto contra o Borussia Dortmund, o time que entrou em campo carregava bem pouco da essência celeste. Em uma decisão polêmica da diretoria, a equipe foi praticamente “montada às pressas”, com vários atletas emprestados exclusivamente para aquela partida. O resultado? Uma derrota por 2 a 0 e críticas que ecoam até hoje nos bastidores do futebol nacional.

A história ganhou os holofotes novamente em 2025 com depoimentos e detalhes inéditos sobre os bastidores daquele jogo. Na época, o Cruzeiro era o campeão da Libertadores, mas tinha acabado de encerrar sua temporada no Brasil e enfrentava desfalques importantes. Com isso, optou por reforçar o elenco com jogadores de outros clubes. Atletas como Gonçalves (Botafogo), Donizete Pantera (Botafogo), Bebeto (Vitória), entre outros, vestiram a camisa celeste naquele 2 de dezembro no Estádio Nacional de Tóquio.

O experimento, no entanto, não funcionou. Sem entrosamento, o time sofreu com a superioridade tática e física do Borussia, que havia sido campeão da Liga dos Campeões da Europa em 1997. Mesmo com nomes experientes em campo, o Cruzeiro não teve forças para reverter a situação e foi dominado pelos alemães do início ao fim da partida.

Nos bastidores, jogadores que participaram da experiência relataram desconforto com a montagem do elenco. Muitos sequer se conheciam antes de embarcar rumo ao Japão. O próprio Bebeto, um dos ícones da Seleção Brasileira nos anos 90, comentou recentemente que ficou surpreso com a forma como o time foi formado. A falta de treinamentos em conjunto e o pouco tempo para adaptação foram determinantes para o fracasso em campo.

A decisão da diretoria cruzeirense, na época, foi amplamente criticada por torcedores e pela imprensa. A estratégia de montar um “time Frankenstein” jogou contra a imagem do clube, que perdeu a chance de conquistar um título inédito em sua história.

Anos depois, o episódio ainda gera debates: vale tudo para tentar vencer um torneio de peso? Ou a identidade e a preparação devem prevalecer, mesmo em jogos únicos? O caso do Cruzeiro no Mundial de 1997 serve como alerta e lição — tanto para clubes quanto para os torcedores que acompanham cada passo fora das quatro linhas.

E você? Acredita que reforçar o elenco para um jogo só é uma jogada de mestre ou um risco desnecessário?

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