Futebol europeu adota estilo brasileiro: treinador já cai nas primeiras rodadas
A demissão de Nuno Espírito Santo no Nottingham Forest marcou a terceira saída de técnico nas grandes ligas europeias em duas semanas. O futebol europeu, historicamente associado à estabilidade, começa a mostrar uma tendência de pouca paciência com os treinadores, lembrando o ritmo do Campeonato Brasileiro.
O início da temporada 2025/26 tem sido marcado por trocas rápidas de comando. Após Nuno Espírito Santo deixar o Nottingham Forest, também caíram José Mourinho, do Fenerbahçe, e Erik Ten Hag, do Bayer Leverkusen. No Brasil, a situação já é comum: nas quatro primeiras rodadas do Campeonato Brasileiro, três clubes já haviam demitido seus treinadores — Mano Menezes (Fluminense), Pedro Caixinha (Santos) e Gustavo Quinteiros (Grêmio). Com a saída de Cuca no Atlético-MG, o Brasileirão chegou a 16 trocas em 22 rodadas.
Na Europa, a tendência de demissões rápidas tem se intensificado nos últimos anos. O Paris Saint-Germain dispensou Thomas Tuchel às vésperas do Natal de 2020/21, que depois conquistaria a Liga dos Campeões pelo Chelsea. O Milan demitiu Paulo Fonseca no final de 2024, e Sérgio Conceição ficou apenas seis meses. Na Juventus, Thiago Motta também não teve o fim da temporada como garantia de estabilidade, sendo demitido em março.
Os três técnicos que já caíram neste início de temporada europeia não são estranhos a saídas prematuras. Nuno Espírito Santo deixou o Tottenham em quatro meses e teve passagem curta no Al-Ittihad, da Arábia Saudita. No Nottingham Forest, assumiu em dezembro de 2023, levou o time à sétima posição na Premier League e à Liga Europa, mas caiu após apenas três jogos da nova temporada. A causa, segundo a imprensa inglesa, não foram os resultados, mas o mau relacionamento com o dono do clube, Evangelos Marinakis, após críticas de Nuno sobre a janela de transferências.
José Mourinho, por sua vez, foi eliminado pelo Benfica nos playoffs da Champions e não resistiu no Fenerbahçe, saindo após sete jogos da temporada, sua queda mais precoce em clubes. Erik Ten Hag, que já havia deixado o Manchester United três meses após o início da temporada 2024/25, também durou apenas três partidas no Bayer Leverkusen, acumulando uma vitória, um empate e uma derrota.
A temporada europeia 2025/26 começa sob um ritmo de instabilidade surpreendente para os padrões locais. A impaciência com treinadores, antes raramente vista, já lembra o estilo brasileiro de resultados imediatos — e levanta a questão: quanto tempo um técnico precisará provar seu valor antes de ser dispensado?
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