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Jogadores do San Lorenzo denunciam falta de pagamento e condições precárias em meio à grave crise do clube

O elenco do San Lorenzo publicou um comunicado nesta quarta-feira denunciando atrasos salariais desde agosto, falta de estrutura básica e alimentação inadequada. A crise financeira e institucional do clube argentino se agrava em um ano marcado pela quase falência e disputas na diretoria, enquanto o presidente Marcelo Moretti enfrenta forte oposição interna.

O clima no San Lorenzo é de total instabilidade. Em meio a uma dívida de R$ 25,5 milhões com um fundo de investimento e a ameaças de falência, os jogadores decidiram tornar pública a situação crítica que enfrentam. No comunicado, o elenco afirma que há meses não recebe os salários de forma integral e denuncia a falta de condições mínimas de trabalho.

“Não se trata apenas de dinheiro, mas também de respeito, dignidade e das condições mínimas de trabalho que todo trabalhador merece. A situação atual é insustentável e exige uma solução imediata e séria”, diz o texto assinado pelos atletas.

Entre as queixas estão a ausência de alimentação adequada, a falta de água quente nos vestiários e o descumprimento de promessas feitas pela diretoria. O atacante Andrés Vombergar compartilhou o comunicado nas redes sociais, reforçando a insatisfação do grupo.

Não é a primeira vez que o elenco se manifesta. Em maio, os jogadores chegaram a faltar ao treino em protesto contra o atraso de salários. Na ocasião, o capitão Iker Muniain, recém-contratado e ídolo do Athletic Bilbao, pediu publicamente uma solução urgente para a crise.

A situação do San Lorenzo vai além do campo. O presidente Marcelo Moretti, que assumiu o cargo em 2023, foi envolvido em denúncias de falsificação de documentos e recebimento irregular de valores. Ele chegou a ser afastado em abril, mas voltou ao comando do clube após decisão judicial.

Internamente, Moretti enfrenta forte resistência. Ulises Morales, presidente do Conselho de Administração, chegou a sugerir que o dirigente “passe por um exame psiquiátrico”. O conselho pressiona pela formação de um governo de transição e pela convocação de novas eleições.

As dívidas acumuladas continuam a paralisar o clube, que ainda deve cerca de 4,7 milhões de dólares (aproximadamente R$ 28 milhões) em transações passadas e enfrenta dificuldades para registrar novos contratos.

O San Lorenzo, um dos clubes mais tradicionais da Argentina, vive uma de suas maiores crises da história recente. Entre salários atrasados, disputas políticas e acusações contra a diretoria, o futuro do time permanece incerto. A pressão do elenco e da torcida cresce a cada dia, enquanto a pergunta inevitável ecoa entre os torcedores: quem vai salvar o Ciclón do colapso total?

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