República Democrática do Congo elimina a Nigéria nos pênaltis e garante vaga na repescagem mundial para a Copa de 2026
A República Democrática do Congo está a dois passos de voltar a uma Copa do Mundo. A seleção congolesa venceu a Nigéria nos pênaltis por 4 a 3, após empate por 1 a 1 no tempo normal e na prorrogação, e garantiu a vaga africana no Torneio Classificatório, a repescagem mundial das Eliminatórias para o Mundial de 2026. O confronto decisivo foi disputado em campo neutro, em Rabat, no Marrocos, e teve todos os ingredientes de um duelo dramático.
O resultado confirma a surpreendente campanha dos congoleses, que eliminaram Camarões e Nigéria duas das maiores potências do continente em sequência, demonstrando força, organização defensiva e resiliência nos momentos de maior pressão. A festa da torcida presente no estádio em Rabat sintetizou o peso histórico da classificação, já que a seleção agora disputará um torneio internacional que distribuirá as duas últimas vagas para a Copa.
Fayulu vira herói nos minutos finais
O goleiro Fayulu foi o grande nome da classificação. Chamado pelo técnico no último minuto do segundo tempo da prorrogação, entrando especificamente para a disputa de pênaltis, o arqueiro brilhou ao defender duas cobranças nigerianas. Sua atuação decisiva colocou o Congo em uma posição privilegiada na busca pelo sonho mundialista e o transformou em um dos personagens mais marcantes desta fase das Eliminatórias africanas.
A estratégia da comissão técnica funcionou com precisão: Fayulu, frio e concentrado, acertou o canto em duas batidas, deixando o Congo em vantagem e garantindo a vitória por 4 a 3 nas penalidades. Do outro lado, a Nigéria amargou uma eliminação dolorosa e ficará novamente fora da Copa do Mundo, assim como ocorreu em 2022.
Logo aos dois minutos do primeiro tempo, Onyeka acertou um chute de fora da área, que desviou em Tuanzebe e tirou qualquer chance de defesa do goleiro M’Pasi. A Nigéria saiu na frente e parecia ter o controle do jogo nos primeiros movimentos da partida.
A resposta congolesa veio aos 32 minutos. Bakambu recebeu pela direita, pedalou sobre a marcação e cruzou para dentro da área. Ndidi tentou cortar, mas acabou deixando a bola limpa para Elia, que finalizou de pé esquerdo para empatar o placar. O gol devolveu confiança aos congoleses, que equilibraram o jogo e levaram a disputa para um segundo tempo e uma prorrogação intensos, mas sem novas bolas na rede.
Chukwueze ainda tentou algumas jogadas individuais pela Nigéria, buscando romper o sistema defensivo coordenado por Masuaku e seus companheiros, mas parou na forte marcação. Na prorrogação, o desgaste físico tomou conta das duas seleções, e as melhores chances escassearam até que o apito final encaminhou o duelo aos pênaltis.
A eliminação representa mais um capítulo amargo da recente história do futebol nigeriano. A seleção, tricampeã africana e presença constante em Mundiais desde os anos 1990, ficará pelo segundo ciclo consecutivo fora da Copa. A pressão sobre dirigentes e comissão técnica deve aumentar, especialmente após a queda para um rival que, mesmo em boa fase, não figurava entre os favoritos do continente.
A vaga coloca a República Democrática do Congo no Torneio Classificatório, que será realizado entre os dias 23 e 31 de março na América do Norte. Ao todo, seis seleções disputarão duas vagas para a Copa do Mundo de 2026. As equipes que estarão no torneio são:
- República Democrática do Congo (África)
- Bolívia (América do Sul)
- Nova Caledônia (Oceania)
- Uma seleção da Ásia (a definir)
- Duas seleções da Concacaf (a definir)
O formato da repescagem é simples: as seis seleções serão ranqueadas pela posição no ranking da Fifa. As duas mais bem colocadas avançam automaticamente para as finais, enquanto as outras quatro disputam duas semifinais. Os vencedores das finais garantem as últimas vagas no Mundial de 2026.
Para o Congo, a classificação representa a chance mais concreta em décadas de disputar uma Copa. A equipe vive ótimo momento, eliminou adversários tradicionais e chega embalada para a etapa final do processo. A confiança é alta entre torcedores e jogadores, especialmente após uma atuação cheia de personalidade em Rabat.
Com a vaga na repescagem assegurada, a seleção congolesa retorna ao continente africano com moral elevada e com a certeza de que a história ainda pode reservar um capítulo ainda mais grandioso no próximo mês de março.



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