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Rico de Souza emociona jovens em palestra no Senac-Rio e relembra trajetória pioneira no surfe brasileiro

Ícone do surfe nacional, ex-atleta compartilhou histórias de superação, empreendedorismo e paixão pelo esporte em encontro especial com a nova geração.

Rico de Souza, um dos maiores nomes da história do surfe no Brasil, levou inspiração e boas lições aos alunos do Senac-Rio em uma palestra que definiu como “realmente especial”. Para o pioneiro do esporte no país, falar diretamente com o público jovem foi a oportunidade de transmitir valores de perseverança, reinvenção e dedicação.

Em sua fala, Rico relembrou que vem de uma família de advogados e até chegou a cursar Direito, mas foi nas ondas que encontrou seu verdadeiro caminho. Consertando pranchas desde 1966, passou a fabricar o próprio material, disputou campeonatos, viajou pelo mundo e conquistou títulos importantes, como o Campeonato Magno, além de representar o Brasil em etapas internacionais.

A carreira de Rico se consolidou em uma época em que os surfistas eram vistos com preconceito, rotulados como “cabeludos que não trabalhavam”. Ainda assim, ele persistiu. Em 1975, conseguiu seu primeiro grande patrocínio após um encontro com o jornalista Ibrahim Sued, que o apresentou a Armando Nogueira, Boni e Walter Clark, da TV Globo. Como contrapartida, passou a levar imagens de campeonatos internacionais para a emissora — incluindo as primeiras filmagens de surfe no Havaí exibidas no Brasil.

A partir daí, abriu novos caminhos. Além das pranchas, criou confecções de roupas, licenciou sua marca para grandes redes varejistas e fundou a primeira escola de surfe do mundo, no Arpoador, em 1982. Também idealizou o Museu do Surfe e, mais recentemente, empreendeu com o Açaí Rico, vendido em dezenas de lojas no Rio de Janeiro.

Na palestra, destacou a importância de se reinventar após as dificuldades enfrentadas, como a crise com o Plano Collor, e ressaltou o valor do networking e da humildade como chaves do sucesso. “A vida me mostrou que humildade não se finge, precisa estar no coração”, afirmou.

Ao final, Rico deixou uma mensagem direta aos jovens: empreender vai além do lucro. É também devolver à sociedade, apoiar talentos, estender a mão a quem precisa e compartilhar experiências que podem abrir portas para outros.

Com mais de cinco décadas de envolvimento com o surfe, Rico segue ativo como empreendedor, colunista e comunicador. Sua trajetória prova que paixão, resiliência e coragem podem transformar não apenas carreiras, mas também inspirar gerações inteiras.

E fica a provocação: quantos jovens que ouviram sua história no Senac-Rio terão coragem de remar contra a maré e criar o próprio caminho?

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