Zé Roberto celebra bronze no Mundial e aponta futuro promissor para seleção feminina de vôlei
Depois de quase 30 horas de viagem da Tailândia, com uma longa escala na Turquia, o técnico José Roberto Guimarães desembarcou em São Paulo cansado, mas orgulhoso. O bronze conquistado pela seleção feminina no Mundial foi motivo de satisfação para o tricampeão olímpico, que destacou a entrega da equipe e o surgimento de uma nova geração de talentos.
Segundo o treinador, o desempenho no torneio deixou clara a evolução do time. O Brasil fez um duelo equilibrado com a Itália, atual campeã olímpica e mundial, perdendo no tie-break por apenas dois pontos (15 a 13). Horas depois, a equipe voltou à quadra e superou o Japão em mais uma batalha de cinco sets, resultado que garantiu lugar no pódio. “Foi uma demonstração de atitude impressionante. Jogamos de igual para igual contra a melhor seleção do mundo e mostramos que essa equipe tem futuro”, analisou Zé Roberto.
Um dos destaques da campanha foi a líbero Marcelle, de 23 anos, que fez sua estreia em competições internacionais pela seleção. Nas redes sociais, ela ganhou o apelido de “filha da Fabizinha”, em referência à ex-líbero Fabiana Alvim. “Ela se sentiu à vontade, foi abraçada pelas companheiras e encarou os desafios com naturalidade. É jovem, ainda precisa evoluir, mas mostrou ser muito promissora”, elogiou o técnico.
Apesar da confiança no futuro, Zé Roberto admitiu preocupação com a posição de levantadora, hoje ocupada por Macris (36) e Roberta (35). Ele ressaltou que tem acompanhado de perto a base e as jovens atletas da Superliga para identificar novas opções. “Quando jogamos fora, o nível é altíssimo. As levantadoras precisam se desenvolver mais. Tenho acompanhado a base e acredito que logo veremos novas oportunidades surgindo”, afirmou.
Sobre as críticas direcionadas à ponteira Júlia Bergmann após a semifinal contra a Itália, o treinador foi direto ao assumir a responsabilidade. “A culpa é minha, não da Júlia ou da Gabi. Tivemos muitos erros, mas isso faz parte do processo de evolução. A responsabilidade sempre é do treinador”, declarou o comandante de 71 anos.
Enquanto parte do grupo medalhista retornou ao Brasil, jogadoras como Gabi, Rosamaria, Roberta, Júlia Kudiess, Júlia Bergmann, Macris e Kisy seguiram direto para compromissos na Europa e na Austrália.
De volta a Barueri, Zé Roberto já planeja dias de descanso ao lado da família, sem deixar o esporte de lado. Ele confirmou presença no SP Open, torneio WTA 250 em São Paulo, onde pretende torcer por nomes como Bia Haddad, Ana Candiotto e Ingrid Martins, além de acompanhar de perto jovens revelações do tênis brasileiro.
O bronze no Mundial marca um novo ciclo para a seleção feminina, mas também deixa no ar a expectativa: até onde essa nova geração poderá levar o vôlei brasileiro nos próximos anos?
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